quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cultura do péssimo exemplo

Protesto vem... Protesto vai... Acostumamos-nos a protestar de tudo e de todos, mas não damos exemplos claros em nossas atitudes daquilo que pensamos ou pleiteamos.
Vendo adultos inertes na Quitandinha, observando uma briga entre garotos em função de uma pipa, como se fossem espectadores de uma rinha de galos, não entendo como podem ao mesmo tempo reclamar da violência na cidade ou no país. A pipa em questão se transformará em briga de trânsito, cena de ciúmes, divergências sobre futebol, ocasionando entre adultos agressões físicas no futuro muitas vezes terminando em tragédias.
O carteado valendo dinheiro, comum na cidade e freqüentado por pessoas conhecidas de nossa sociedade, já se transformou em passatempo de garotos, a exemplo dos adultos, causando dívidas e brigas entre crianças.
Reclamamos do lixo pelas ruas, mas não somos capazes de colocar nosso lixo nos locais apropriados,
Protestamos pelos animais soltos pela rua, mas nossos cães e gatos perambulam por aí rasgando sacos de lixo,
Reclamamos do som alto, mas nosso som, mesmo que religioso, também invade as casas dos outros que muitas vezes não compartilham de nossa religião,
Ficamos horrorizados com as atitudes das prostitutas e drogados na televisão, mas não enxergamos nossas filhas e filhos se drogando e se prostituindo praticando o sexo irresponsável e sem segurança,
Somos responsáveis por atividades dignas de elogios como o esporte, mas não somos capazes de orientar e cuidar de nosso grupo de atletas fora do campo, orientando-os para evitar o álcool, o sexo sem proteção, as brigas em gang,... tudo que não condiz com a atividade esportiva.
Também cometo muitos erros e pecados, também não sou exemplo para ninguém, mas não sou hipócrita de ficar desfilando de bonzinho perante a sociedade, participando de procissões e atividades benevolentes, estar sempre entre os condecorados como destaque da sociedade, querendo que os outros coloquem um par de asas angelicais em nossas costas.
Chegou a hora de colocar os pés no chão e entender que o primeiro passo para a mudança é admitir o erro.
“Por minha culpa, por minha máxima culpa...”
Praticamos a cultura do mau exemplo e cobramos uma juventude sadia e digna.

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