Vendo a quem interessar o resto de meus dias de vida,
sem prazo de garantia,
sem garantia de qualidade de vida...
apenas vendo a quem quiser assumir este contrato de risco.
Como forma de pagamento, qualquer tipo de sentimento bom, amizade, amor, ternura,
qualquer carinho sem censura,
pois dinheiro, que eu nunca soube ganhar,
eu não quero e não vou precisar para onde vou.
Faça as contas e calcule,
este ano 50 de vida se completam, quantos restam ?
Vale a pena ?
Está interessado em comprar?
Pois de certeza apenas minha vontade de vender.
Estou cansado, dilacerado,
sem ânimo de tocar esta velha carcaça por mais tempo.
Quero me jogar ao vento, feito essência, feito espírito, feito nada... mesmo nada tendo feito de concreto.
Como pedreiro de minha própria vida nada eu construí,
vejo os únicos tijolos levantados ruir,
não enxergo na argamassa de minha existência,
solidez, consistência.
Já me sinto em ruínas ainda com a obra em andamento.
Toquem as sirenes do intervalo.
Que venha no segundo tempo um novo empreiteiro.
Vendo esta obra inacabada. Vendo meus dias derradeiros.
Vendo... mas não em troca de dinheiro...
quero apenas aquilo que desde o dia em que nasci me é direito,
o direito de morrer.
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