sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Diploma de jornalismo é para enfeitar parede ?




.    Não concordo com a necessidade de diploma para jornalista e nem acho que esta profissão possa se comparar a outras como, por exemplo, a engenharia ou a medicina.



.    Como não me considero jornalista, com ou sem canudo, apesar de saber sem falsa modéstia que colocaria vários por aí no chinelo com meus textos claros e corretos gramaticalmente, vou deixar que outros jornalistas já tarimbados e experientes falem sobre o assunto. 




.    O escocês Andrew Marr, Jornalista de mão cheia, ex-editor do diário The Independent e da Economist, no seu livro My Trade diz: 

 .    “Como definir o jornalista? “Qualquer um que fizer jornalismo”, responde Marr
.    Ele diz como são as pessoas mais propensas a mergulhar no jornalismo: “bêbados, disléxicos e algumas das pessoas menos confiáveis e mais perversas da Terra”

.    Marr, que se especializou em literatura inglesa em Cambridge, oferece: “Tudo que o jornalista precisa é ser curioso e saber farejar uma boa história. E mesmo dominando a gramática, só se aprende a escrever escrevendo”

.    No livro de Marr, consagrado à história do jornalismo britânico ele diz: “Tirando o crime organizado, o jornalismo é a mais poderosa e agradável anti-profissão”


.    O grande jornalista italiano Enzo Biagi, que não tinha diploma de jornalista dizia: “Meus únicos patrões sempre foram meus leitores”




.    Algumas destas citações eu retirei de um texto do jornalista Gianni Carta, jornalista e cientista político formado pela Universidade da Califórnia e mestre em relações internacionais pela Universidade de Boston. Foi correspondente da Carta Capital na Europa durante 17 anos. Em seus mais de 20 anos no exterior, também foi correspondente da Isto É, Diário do Grande ABC, repórter especial da BBC World Service, da rede de tevê norte-americana CBS e do semanário GQ (Europa). Contribuiu para, entre outros, The Guardian e Radio Five Live. 


.    Em seu artigo sobre o assunto ele afirma: 

.    “Certo é que, de forma geral, os colegas formados por universidades de jornalismo a pipocar Brasil afora, quase todos a trabalhar para a mídia ultraconservadora, não têm contribuído para melhorar o nível da mídia. 


.    Os grandes diários brasileiros, com colegas com canudo de jornalista ou não, são ilegíveis. 

.    Vale acrescentar: o jornalismo se aprende indo à rua. “É preciso tirar a bunda da cadeira”, martelava Reali Jr. 
.    O repórter tem de continuar a praticar esse método inclusive para entender o que escreve. Precisa usar os fatos com honestidade, mas ao mesmo tempo tem de entender que o jornalismo tem seus limites, não é uma ciência. Ah, e sempre que possível o senso de humor ajuda.  “O diploma de jornalista só serve para enfeitar parede.” 




.    Diante disso acho que ficou clara minha postura e opinião em relação ao assunto, um jornal, feito ou não por jornalistas “formados”, deseja apenas o diploma que realmente interessa a qualquer meio de comunicação, a aceitação popular. Isso é inegável, gostem ou não os concorrentes. 

.    Além disso, a grande maioria da população durante mui-tos anos alienada e barrada na obtenção de informações já demonstrou que exatidão gramatical não é pré-requisito para sucesso popular, vejamos o exemplo de Tiririca, campeão de votos nas urnas. Se a forma correta de escrever fosse tão importante assim as pessoas estariam por aí lendo os dicionários ao invés de lerem jornais. 



.    Lamento que minha forma de pensar cause decepção, mas espero que sirva até como alerta para os que correm na mesma prova comercial, o jornalismo: 


Parem de reclamar que o da frente está correndo descalço, arranquem seus tênis fora e corram com mais vontade atrás de quem está na frente. 


Vascão do pastel

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