sexta-feira, 27 de maio de 2011

Apenas um pasteleiro

Amanheci!.. como acordar se nem dormi ?
Como são longas as horas na escuridão da noite,
como dura a dura viagem ao passado em busca do futuro...
como dói o pensamento, o sentimento ... um só tormento.

Como queima cada lágrima tal qual ácido fervendo,
como corrói e enferruja nossas crenças, nossa fé, nossos ideáis...
nos faz juiz de nós mesmos...

Corroídos, destruídos, nos punimos
dilacerando e questionando nossos próprios sentimentos,
um tormento, sem trégua e sem alento.

Como pode o vil metal, inerte, mera peça da ganância,
virar tão rápido nosso principal argumento
para destruir apenas em segundos
toda uma vida de escritos e pensamentos

Mas não adianta tentar se levantar,
o relógio não pára um só momento,
é covarde o tal do tempo.

As horas vão passando... e eu aqui chorando
sem ter chance das lágrimas enxugar...
Igual palhaço indo á força pro picadeiro,
tranco a tristeza dentro do peito,
coloco a máscara escondendo meu desespero
estampo na cara um falso e quase impossível sorriso
e assumo com dor imensa
meu papel nesta vida...
um escritor que somente consegue ser pasteleiro.


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